“Foi muito interessante ver a turminha voltando daquela visita. Estavam muito alegres, excitados, contando as experiências de ter visitado o museu no escuro com as lanternas ... “foi muito doido”! diziam eles repetidamente. O mais surpreendente de tudo mesmo, que observei, foi o efeito da exposição na professora.
Ela vinha subindo a Rua da Bahia com todas aquelas crianças, muito risonha, leve, completamente entregue a essa felicidade, como eu jamais a tinha visto...” Esse depoimento da mãe de um de nossos pequenos visitantes por si só já expõe a que veio esta ação educativa. “No escurinho do Museu”, na verdade, se vale deste simples recurso oferecido por nossa sala Petrobrás. O programa propõe uma inusitada visita no escuro, munindo cada pequeno grupo de crianças de uma lanterna que deve ser compartilhada.
Ao acessar este significativo acervo de imagens religiosas do barroco mineiro, o fabuloso jogo de claro/escuro, de volumetria, de dramaticidade e, sobretudo, de liberdade leva a aguçar a percepção da garotada que, neste momento descobre outra expressão plástica, onde o feio se torna especialmente o belo.
No centro da sala, lanternas – juntas e acesas – agora projetam sensações, reveladas nos semblantes crédulos e infantis que, ao redor das luzes, vão sendo alimentados por um grande papo barroco, impregnado de indagações e de histórias que os pequenos espectadores conduzem como se estivessem protagonizando uma cena junto ao fogão de lenha, em doméstica reunião noturna.
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